quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Let's talk about sex ... David



Já há uns dias que ando para escrever sobre a insólita noite de segunda-feira, mas só agora o consigo.



Nada de interessante poderia eu acrescentar às vidas dos escassos curiosos que espreitam aqui para a minha concha, ao simplesmente contar que me escapuli da mesma para ir com amigos (melhor, um amigo) e amigas de amigos (por sinal, do mesmo amigo) assistir a mais uma das fabulosas iniciativas do antro de perdição viciante que é o Casino de Lisboa.
Pois é, louvado seja o respeitadíssimo administrador deste espaço, que, cansado pelo peso dos seus bem recheados bolsos, decidiu pagar uns concertos "à bórlix" a milhares de tesos e tesas, que, sem perceberem bem como, vão lá gritar, dançar, engatar ... e quando se apercebem já pediram crédito a esse mesmo benfeitor, por causa de um Ás de copas que têm a certeza que vai sair na próxima jogada.


Na passada segunda-feira, foi o já bem conhecido David Fonseca que brindou milhares de pessoas com um bom concerto no palco central do melhor servidor de chocolate quente que conheço em Lisboa, o muito in "Arena Lounge".

O concerto foi muito bom e tal e coiso ... mas se têm espreitado para esta concha "com olhos de ver" (olha que expressão tão tuga), já adivinharam que eu não vim aqui despejar uma mensagem culturalmente exibicionista ... pois eu tenho mais que fazer do que estar para aqui a exteriorizar aquilo que acho bem mais interessante guardar para mim! Portanto, quanto ao concerto em si ... quem não foi, fosse!



É certo que, eu até poderia prever que o meu saldo bancário ficasse ainda mais arruinado apenas nuns poucos minutos após o concerto, mas o que estava para vir quando o exausto David já devia de estar com uns copos a mais e em amena cavaqueira com a Rita Red Shoes e restante banda, isso é que eu não estava mesmo a prever...


Com uma introdução destas, até já estão a salivar por uma descrição de um qualquer acontecimento escabroso ... mas nada disso!


O que aconteceu foi algo do mais trivial e curriqueiro, que foi uma simples conversa de um grupo de pessoas que à medida que se sentiam mais à vontade umas com as outras elevaram o interesse da temática, levando-a para a braguilha (ou para debaixo da saia, conforme a indumentária), pois está claro!

Como qualquer debate sobre sexo, este também começou por ... ora, por ... por nada, como todos os outros em que os intervenientes não conseguem à posteriori explicar o porquê. Mas o certo é que, embalada não sei bem se pelo monólogo aberrante e verborreico de uma criatura da minha idade, género e até profissão, ou se ainda pela contagiante ideia de que o David até era um bom mocinho (em linguagem de mães, tias e avós) para dar umas cambalhotas, embarquei numa batalha de ideais que se estendeu por umas boas horinhas (que mais valia terem sido bem dormidas).

Qual "Gladiador", qual "Exterminador implacável", qual "coisa qualquer que destrói tudo por onde passa" ... quando me dei conta, estava eu, criatura selvagem de metro e meio, empenhada em deitar por terra toda e qualquer barbaridade que as cordas vocais de uma enfermeira com madeixas "côr de mel" e "côr de absolutamente louca" iam disparando.

Então não é que a corrente daquele bafo me fez chegar aos ouvidos coisas do tipo:

"Eu sou uma pessoa que me interesso imenso por sexo e por compreender a sexologia (...) gosto de falar abertamente das coisas (...) fui ao Salão Erótico (...) blá blá blá whiskies saquetas (...) pois mas os homens traiem porque eles precisam mais de sexo do que Nós mulheres (...) ao contrário dos homens, as mulheres conseguem viver perfeitamente sem sexo (...) para mim nem existe o fazer sexo, pois isso só deve existir numa relação de amor e de estabilidade (...) mais blá blá blá whiskies saquetas (...) hoje em dia as mulheres são umas ordinárias (...) e muito, muito, mas mesmo muito mais bá blá blá whiskies saquetas"


Dá para acreditar???


Olha para cima de quem esta pessoa decidiu vomitar tamanhos disparates ...

Bem, por escrito nem dá para perceber como e quanto eu me empenhei em derrotar aquelas afirmações (e não só eu, pois, coitada da rapariga, caímos-lhe todos em cima que nem lobos em noite de lua-cheia).

Mas é que fiquei completamente estupefacta ao constatar que, em pleno século XXI, é possível existir uma mulher de 25 anos com tais ideais.

Como é que uma mulher jovem e que vive na mesma época que eu, afirma convictamente que os homens é que precisam de sexo e que as mulheres vivem bem sem ele???

Como é possível que essa mulher tenha tido classificação para se licenciar em Enfermagem???

Como é que esta mulher tem vivido???


Das citações acima, as palavras que vão até ao primeiro "blá blá blá whiskies saquetas" até poderiam perfeitamente ser proferidas por mim (isto se eu fosse pessoa para sentir necessidade de me auto-descrever quando perante desconhecidos ...), pois é verdade que já assisti a conferências nacionais e internacionais na área da Sexologia; que já comprei e devorei (álguns sózinha e outros não) livros dessa mesma área; que sou figura de recurso para uns quantos amigos desabafarem intimidades vs intimidações; que revejo a mulher actual muito bem representada nas mirabulantes aventuras descritas por Candace Bushnell; etc etc etc.

Bem, mas não pretendendo fazer deste texto uma apresentação curricular da minha pseudo-formação em Sexologia, confesso aqui que fiquei triste quando terminou aquela batalha de palavras, pois percebi que esta mulher não tem vivido ... e, a continuar assim, terá poucas hipóteses de ter uma vida feliz.

Por isso, escrevo para ti cara desconhecida:


1 - NÃO, minha querida, NÃO é verdade que as mulheres NÃO precisam de sexo ...

2 - Eu sou uma amante do sexo, o que NÃO minha querida, isso NÃO faz de mim uma vadia, pois continuo a achar que o sexo é bem melhor com quem se ama.

3 - Também gosto de falar de sexo, mas NÃO gosto mais de falar do que gosto de ouvir, pois é com a análise dos outros que eu me tenho definido a mim.

4 - NÃO é ordinário nem promíscuo fazer sexo por sexo, apenas pela necessidade! Pois, mesmo que ele aconteça sempre com o parceiro que se ama, nem sempre é por paixão que este acontece.

5 - NÃO, NÃO e NÃO, as mulheres de hoje não são umas ordinárias! As mulheres de hoje sabem o que querem, são determinadas e autónomas nas suas decisões ... portanto, são livres de experimentar um, dois, três, ou cinquenta parceiros sexuais, até encontrarem satisfação junto de um que aprendam a amar (SIM querida, pois não esperes que depois de a paixão se esbater, cresça um bonito amor por um "azelha sexual").

6 - NÃO sejas uma mulher de "ontem"! Sê, como essas mulheres de que falas, uma bonita e interessante mulher de "hoje"! Sê feliz! E no dia em que o espectacular parceiro sexual que te ama te sussurar ao ouvido um "xiu, nem nos teus dias de terrível mau humor eu te trocava por outra na cama!" , lembra-te do nosso aceso debate ;-)



Pérola



domingo, 9 de novembro de 2008

Porque esta teria sido uma bela tarde para ...


... um sopro na nuca ...

... uma manta pequena para 4 pernas enroscadas ...

... uma comédia romântica francesa tipo "Hors de prix" com a inigualável Audrey Tatou ...

... um Baileys com 3 pedras de gelo em copo de Irish Coffee ...

... uma massagem em todos os pontos reflexológicos dos meus delicados 34 ...

... um jogo de confidências para maiores de 18 ...

... uma, duas, três extasiantes visitas ao Céu ...

... uma banheira cheia de espuma da mais recente compra na Sephora (gel de banho de chocolate) ...

... um roupão de banho perfumado com o "212 Man" da Carolina Herrera ...

... uma apetitosa torre de revigorantes crepes com açúcar e canela ...

... um regresso ao sofá e à pequena manta amarrotada ...

... um adormecer ao som de "I'm yours" dos The Script ...



... enfim ...


... porque esta teria sido uma boa tarde para ter os pés quentes.


Pérola

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Agenda cultural e tal


"(...) o risco de se avaliar os outros à pressa pode ser fatal. (...) todo aquele sofrimento poderia ter sido evitado se as pessoas nos merecessem o respeito que nos inspiram os livros, bons livros não se lêem à pressa."
Rita Ferro in "não me contes o fim"


Desta vez já escreveste bem Ritinha!

Também não contava que só escrevesses coisas que me irritassem ... mas esta merece mesmo alguma distinção, pois ainda ontem este foi assunto de cházinho.


Nos dias que correm é cada vez mais fácil catalogar as pessoas rápidamente, colocar-lhes um rótulo do tipo "para assuntos de música"; "para discutir futebol"; "para discutir política" ... "para dar umas cambalhotas" .. enfim ...

É verdade que a fútil tendência de catalogar pessoas por estilo de indumentária, do tipo "o dread"; "o freak"; "a gótica"; ... e aquela classe tão sobejamente falada dos "betos", está e estará por cá para durar, pois o que teriam os adolescentes para falar??? É que sem fumar uns charros ou apanhar umas broas, já não se aprende que é bom falar de nós mesmos e dar-mo-nos a conhecer uns aos outros com os nossos doces e os nossos azedos.

Mas, passada essa atribulada faixa etária, noto que se vão adicionando uns quantos critérios de selecção para catalogar as pessoas, critérios esses que vão além das t-shirts "La Puta Madre", dos relógios "Fossil" e das malas "Guess" ... por esta altura, em que o Cartão Jovem já foi passado a outro estafeta mais tenro, começo a reparar que as prateleiras se arrumam por (f)utilidade. Passa-se a organizar as estantes conforme a utilidade que criatura X e criatura Y têm de melhor: "A - viagens"; "B - música"; "C - livros"; ... "Y - pintura"; "Z - cinema".

Não foi por acaso que exemplifiquei "rótulos culturais"! É que o que está mais in nesta era pós-quarto de século, parece ser a cultura de cada criatura. E assim vamos agendando os nossos dias conforme as disposições matinais: "Hoje não estou para conversas políticas, vou telefonar ao XPTO pois descobri aquela banda da Arábia Saudita que aposto que ele nunca ouviu sequer falar".

Mas será que não há mais pessoas, para além de mim e da excelente companhia de chá de ontem, que percebam que por muito que sejamos culturalmente exuberantes, estamos cada vez mais fechados nas nossas conchas???!!!

Hoje em dia é demasiado lamechas e desinteressante falar de emoções, de introspecções ... sei lá, parece estar demodé ser como um livro aberto, em que a cada página contamos um pouco mais de nós ... e não um pouco do filme francês que fomos ver ontem com aquele jeitoso que veste Prada e que até é engenheiro e tal ...

Felizmente, ainda consigo espreitar um pouco para fora da minha concha a cada vez que estou por um período mais longo à conversa com aqueles que sabem quem são, mas percebo que a tendência aponta para que isso se torne cada vez mais difícil, uma vez que somos criaturas de hábitos ... e eu não fujo à regra: estou a ficar habituada a absorver cultura e futilidade para dentro da concha, mas a desabituar-me de sair dela.


Pérola


quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Efeito "mãezinha" ... ou efeito "bôbo da côrte" ? Hmmm ... grgrgrrrrr


"Tinha um ar triste, e a atracção que a melancolia masculina exerce sobre todas as mulheres do mundo não é tão misteriosa como parece. Há nela um desafio expresso, que nos incita a testar imediatamente os nossos poderes transformadores. Alegrá-los não é tanto um implulso altruísta, mas uma verificação íntima das nossas armas de sedução. Em regra, é uma abordagem leviana e pouco ou nada amorosa; mas, sobretudo na juventude, é fácil confundir-se esse narcisismo com o verdadeiro amor."


Rita Ferro in "Não me contes o fim"



Eis um excerto de um parágrafo que me inquietou a alma!


Ora então, esta digníssima Senhora vem desta forma abordar um facto irrefutável e do qual sou prova viva, que é o de as mulheres se sentirem atraídas pelo beicinho masculino.

E fá-lo muito bem, até à altura em que decide aplicar o primeiro ponto final!

Pois é inegável que uma mulher, que já de início reúne os tremeliques todos característicos da atracção física (e não só) por um homem, se desfaz por completo se o vê "de beicinho".

Também é inegável o prazer mútuo de um abraço apertado e de um "cafuné" dado ao homem que se ama.

Mas ... questionar a essência pura e maravilhosa destas manifestações, transformando (e generalizando, que é o mais grave) a mulher que ama numa animadora social, bôbo da côrte, ou mesmo na tão comum "mãezinha" ... isso já é brincar com o fogo!!!

Oh Senhora, você já reparou que está a questionar o amor puro??? Sim, é que QUEM AMA CUIDA!!!

Está a pôr em risco o "cafuné"!!!

É que se corremos o risco de entender que quem abraça, acaricia, diz palermices, distrai ... sei lá, e até fode (ora, desculpem, mas esta Senhora conseguiu enervar-me) a pessoa amada, por esta estar triste, o faz apenas e somente para nutrir o seu bulímico Ego ... então eu vou ali suicidar-me e já volto!

Se essas já não são manifestações do amor mais puro e sem jeito, então SÃO O QUÊ???

Para mim, o que esta digníssima Senhora (que me faz ter de tomar 1/4 de Diazepan para que continue a ler a sua obra) dá a entender com estas afirmações do estilo "é uma abordagem leviana e pouco ou nada amorosa" é uma barbaridade!

Sou uma acérrima defensora do "cafuné" e de todas as mais ridículas manifestações de amor em prole de um comboio de sorrisos; de desabafos; de abraços apertados; de lágrimas; de carícias ... enfim, do maravilhoso efeito contagiante do amor!

E, volto a dizer, esta Senhora conseguiu enervar-me ao reduzir o que eu entendo ser o Amor, a uma manifestação egocêntrica de vaidade feminina, como se o abraçar e acariciar o homem amado fosse equiparável à compra de uma mala Vuitton!

P... que te fez nascer por parto eutócico, distócico ou por mero acidente de percurso! Não me voltes a enervar assim, que eu sou mulher, e como tal, não aprecio ver o verniz a estalar nas unhas!


Pérola

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Só por este texto já te pedia um autógrafo !

"Para a vida
Enquanto os barcos sobem o rio e a Norah Jones namora comigo no prato do cd, apetece-me escrever sobre namorar. No mês de S. Valentim, olho à minha volta e tento contar os pares de namorados que conheço. A mão direita talvez chegue; o resto, são histórias, casos, encontros, desencontros, empurrões, equívocos, enganos, esquemas, casos mal resolvidos. Parece-me que anda quase toda a gente em trânsito, com muita pressa e pouco norteio, e um bocadinho ao lado daquilo com que sonhou. Mulheres e homens hasteando bandeiras de orgulhosa mas involuntária solidão, meninas mimadas à espera de encontrar o Príncipe Encantado no primeiro par de calças que com elas se cruza e rapazes que não querem crescer, mesmo depois dos quarenta, desejando secretamente que a sua princesa – que eles querem mesmo que exista – demore só mais uns meses a aparecer. E depois há os outros, os que acreditam numa relação e decidem investir nela. Entre os pares de namorados que conheço, alguns estão casados há mais de 40 anos, outros têm menos de 25 anos e não têm planos de casamento, mas há uma coisa que o une: a vontade de estar com alguém senão para a vida, pelo menos na vida, já que viver só é coisa de bicho e mesmo assim, são poucos os que assim vivem. Estes pares de namorados conjugam os verbos estar, partilhar e viver sem pensar no que isso implica. A explicação é simples: mais ou menos carentes, mais ou menos afectivas, são pessoas sem medo de dar amor, mesmo sabendo que nada é seguro e fiável, que nada é para a vida, a não ser a morte. E namorar é isto mesmo, viver a dois.Dá muito trabalho viver a dois, mesmo que não se viva debaixo do mesmo tecto. É como se a nossa vida deixasse de ser completamente nossa; há outro, uma outra pessoa que também a vive connosco, que faz parte dela. Uma pessoa que cuida de nós e de quem precisamos de cuidar. Alguém que, antes de nós, já viveu uma vida inteira, já amou outras pessoas e já lambeu as feridas. Alguém que é um conjunto intrigante e complexo de defeitos, qualidades e experiências, alguém único e difícil de entender, tal como nós. Mas, acima de tudo trata-se de alguém que gosta de nós. E que gosta tanto que é connosco que quer partilhar a vida.Parece simples, mas deve ser a coisa mais complicada do mundo. Mas então porque é que as relações são cada vez mais fugazes e difíceis de manter? Será que natureza humana afinal é mesmo polgâmica, apesar de todas as ditaduras da religião? Ou será que, estando a espécie tão protegida, nós, humanos seguros e individualistas, estamos a perder o instinto gregário? Afinal, porque é que é tão difícil estabelecer relações duradouras? Eu tenho uma teoria, coisas de escritora: eu acho que as pessoas não estão para se chatear. Que o novo é irresistível, e há sempre pessoas novas e não tem piada nenhuma resistir-lhes. O zapping não é só um vício de quem passa horas sentado em frente à televisão a vegetar, também pode ser um modo de vida. E como o homem é um animal de hábitos, as pessoas habituaram-se a viver assim. Mesmo que isso represente andar a brincar aos namorados, aos casados, aos pais e às mães dos filhos dos outros, mesmo que assim o preço da solidão adiada, se pegue com uma factura maior.Dá muito mais trabalho namorar. Mas também dá muito mais gozo. Como diz o Mick no filme Monstros & Companhia, sou tão romântico que me podia casar comigo mesmo. Eu também podia, mas era uma grande chatice. Prefiro procurar no outro as diferenças que nos unem. Prefiro investir, programas viagens com meses de antecedência, sonhar casas em terrenos baldios, dar a mão, oferecer músicas e palavras, dormir agarrada e acordar com o mais belo sorriso do mundo ao lado como meu despertador particular. Prefiro conjugar os verbos estar, partilhar e viver, sem pensar no que isso implica. Viver um dia atrás do outro, de vez em quando pensar no futuro, de vez em quando ter saudades do passado, mas não perder o fio dos dias, a paz construída que me dá serenidade e segurança. Não vale isso muito mais do que andar aos tiros para o ar, numa de tentativa e erro, a cansar o corpo e coração, em guerras de amor?"
Margarida Rebelo Pinto, 2003
Eu sou como tu M., e por apreciar tanto a beleza de um dia-a-dia de procura do nosso melhor no melhor do outro, é que a decisão mais difícil que tomei até hoje, foi a de deixar de o fazer pelo tempo que a vida assim entender ...
e por contraditório que possa parecer, com essa decisão reforcei a minha crença no encanto do namoro e solidifiquei ainda mais o meu "Eu".
Obrigada por estas palavras que não me deixam sentir sózinha.
Pérola

Pensamento de um dia de chuva ...




"There's nothing wrong with me, that a little chocolate won't fix!"

domingo, 26 de outubro de 2008

Quem será que inventou esta?


"Dar pérolas a porcos"

Fugindo um pouco à introdução introspectiva e acinzentada deste blogue, surgiu-me um pensamento completamente despropositado, mas ainda assim, compatível com a metáfora de mim que aqui despejei na mensagem anterior.
Quem terá sido o iluminado que inventou esta famosa expressão?
Qual terá sido a criatura intelectualmente desenvolvida, que chegou a tão brilhante expressão?
Até aposto que tal riqueza de conteúdo só pode ser resultado de uma vida bafejada pelos tão enriquecedores azares do catano, do camandro ou do caneco (ah grande José Pedro Gomes, tu é que sabes), de que eu também já tenho sentido o cheiro.
Sim, aqueles que "fazem uma pessoa crescer e tal ..." (e que já deviam fazer com que a minha alcunha passasse de "Canina"/"Pequenina", para "Sortuda").
Realmente, esta famosa expressão, não só tem de ser fruto de uma evolução intelectual significativa e de uma rica experiência de vida, como também só pode ser verdadeiramente compreendida pelos grandes azarados deste Mundo.
Eu sou prova disso, pois há muitos anos atrás, criança feliz e sortuda, vivia alegremente convicta que aos porcos se davam cascas de batata, de melancia e afins.
Hoje em dia, depois de muito bafo do catano, do camandro e do caneco (fora cacetada e pontapé com fartura), é que já atinjo a verdadeira compreensão da realidade:
O que mais há por aí são porcos mórbidamente obesos de tanta pérola que lhe vai parar à boca !

By: Pérola Escondida (com uma vénia ao autor da expressão supra-citada)

Aqui dentro ...



Hoje faz frio aqui dentro.
Só vejo escuridão.
Não entra uma cor do arco-íris.
Nem uma brisa de Verão.

Sei que há cor e calor lá fora.
Só que nem quero espreitar.
Não quero ser descoberta.
Para não me fazerem falar.

Aqui dentro sobra espaço.
Mas não convido mais ninguém.
Aqui só posso olhar para mim.
E não pretendo ver mais além.

Lá fora fui luxo e riqueza.
Hoje quero passar despercebida.
Porque não me descobriram a beleza.
É que agora estou escondida.

By: Pérola escondida